Hoje sou especializado em Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Cibersegurança com ênfase em algoritmos quânticos pelo MIT - Massachusetts Institute of Technology. Fiz outros cursos como Ciências da Computação em Harvard e no momento faço uma especialização de IA para a Área de Saúde na Universidade de Stanford e uma Graduação em Big Data e Inteligência Análitica na Uniritter.

Estou aqui junto com meu filho e parceiro nos negócios, Lorenzo Guazzelli May, que vai se apresentar a vocês compartilhando o trabalho que vem desenvolvendo junto comigo na área de tecnologia.

Bom, pessoal, apresentações feitas, é hora de falarmos sobre esses três temas que estão mudando o mundo como conhecemos e que estão cada vez mais na mente e na boca das pessoas:

Muitos de vocês podem estar pensando desde o início: "Por que neurodiversidade junto com tecnologia?" ou "Eu sou neurodivergente e muitas vezes não consigo mudar a cabeça nem do pessoal da minha casa ou meus amigos, quem dirá o mundo".

Bem, como estão vendo, eu e o Lorenzo somos neurodivergentes e a neurodiversidade na maioria das vezes não tem cara, rótulo, religião ou classe social apenas se é. Eu tenho TDAH e superdotação, com diagnóstico oficial extremamente tardio, somente aos 49 anos para o TDAH, e a superdotação há apenas 4 meses. Mas hoje sei que enfrento o transtorno desde a primeira infância (6 anos de idade) assim como eu muitas outras pessoas enfrentaram e enfrentam o TDHA e outras neurodiversidades sem diagnóstico ou com diagnostico errado.

O Lorenzo é autista, diagnosticado primeiramente com superdotação aos 12 anos e com autismo somente aos 16 anos. Mas a busca por respostas começou aos 8 anos, e divido com vocês que não foi simples nem fácil. Encontramos muitos "médicos especialistas", "psicólogos experts" e também educadores despreparados no caminho do Lorenzo , que com suas hipóteses diagnósticas e conclusões totalmente equivocadas e que nos confundiam cada vez mais o que dificultou o diagnóstico de forma mais rápida.

Mas eu e minha esposa persistimos, fomos resilientes e as pessoas certas começaram a cruzar nosso caminho e uma em especial cruzou o dele na pandemia a TATI minha nora, filha de coração com TDAH e um anjo que entrou nas nossas vidas.

A partir desse momento inúmeras interrogações acumuladas durante anos começaram a ser respondidas e começou a ter luz no nosso caminho.

As coisas começaram a fazer sentido e as peças do quebra cabeça a se encaixarem como nunca. Hoje ainda seguimos sempre em um aprendizado e crescimento diário, formado de entendimento, aceitação e principalmente construção de respeito mutuo sobre nossas diferenças e limitações.

Eu e o Lorenzo juntos representamos como o mundo digital e a tecnologia estão conectados às neurodiversidades. Mas também a neurodiversidade esta em todas as outras áreas profissionais e podem ter certeza, fazemos a diferença em todas elas. Porém sem nos entender e nos aceitar acabamos nos encolhendo, escondemos na maioria das vezes atrás de personagens que criamos para nos proteger do ''normal'' e que nos traz angustias e tristezas.

Nós dois vivemos muitas vezes essas diferenças, indiferenças e dificuldades e é por isso que sabemos que temos um papel importante e transformador a desempenhar para que mudanças de mentalidade ocorram na sociedade como um todo e principalmente dentro das próprias famílias e este papel está vinculado exatamente por sermos seres únicos em pensamento, em experiências de vida e em como sentimos essas experiências.

Mesmos com tantas barreiras a neurodiversidade sempre foi e continua sendo um dos pilares para que grandes mudanças aconteçam no mundo. Boa parte das mentes brilhantes que mudaram e mudam nosso mundo não são neurotípicas.

Esses exemplos entre outros que vou mostrar, provam como a neurodivergência pode estar ligada a habilidades excepcionais e contribuições significativas para a sociedade e para o mundo.

A gente muitas vezes possuí perspectivas únicas que são valiosas em diversos campos. Ao nos aceitarmos e nos entendermos nossas próprias necessidades, podemos transformar nossas diferenças em pontos fortes que contribuem para a inovação e o progresso.

Com apoio e compreensão, é possível não apenas superar desafios pessoais, mas também impactar positivamente o mundo ao nosso redor. A inclusão nas escolas e empresas não é apenas uma questão de justiça, mas também uma forma de enriquecer a sociedade com diversidade de pensamento, emoções, talento e as mais variadas habilidades.

Convidamos todos a refletirem sobre como cada uma aqui hoje pode contribuir para que essa mentalidade de inclusão comece nas suas casas, entre nas escolas, no ambiente de trabalho, que crie raízes profundas e fortes na sociedade em geral.

Eu acredito de coração que juntos, podemos sim construir um futuro em que as diferenças sejam celebradas e todos tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial com alegria de sermos apenas nós mesmos.